Pr. Ronaldo Cunha

Davi - Rei de Israel

 

Davi era pastor de ovelhas (2Sm 7:8), o nome de seu pai era Jessé (Rt 4:22; 1 Sm 16:18) e tinha um gentil aspecto (1Sm 17:42); ou seja, historiadores afirmam que sua aparência era franzina e desprezível. Ainda assim protegia seu rebanho contra investidas de leões e ursos (1Sm 17:36). Deus o escolheu para ser rei sobre Israel (1Sm 16:1). Entretanto somente reinou sobre Israel após a morte de Saul. Ou seja, Davi reinou de fato sobre Israel 7(sete) anos após o seu chamado (2Sm 5:5).

 

Antes de ser elevado ao trono, experimentou momentos amargos em sua vida. Davi fugia constantemente de Saul, que sem motivo aparente, desejava matá-lo (1Sm 19:1-2). Durante seu momento de fuga conheceu a escória da sociedade e liderou grupos de excluídos, endividados, ladrões, salteadores e subversivos (1Sm 22:2). Saul demonstrava muito ódio por Davi (1Sm 18:15), pois o povo amava mais a Davi do que Saul (1Sm 18:6-7, 16; 21:11) devido aos êxitos alcançados por Davi em suas batalhas.

 

Durante uma seqüência de insultos dos filiesteus, Davi se propusera a enfrentar o gigante Golias (1Sm 17:49-50). Até então Davi não imaginava que sua seqüência de êxitos afetaria tanto os sentimentos de Saul que até entregou sua filha Mical para casar com Davi (1Sm 18:20-21), esta não teve filhos até o dia da sua morte (2Sm 6:23). Davi conhecia e confiava tanto no Senhor que não saía para suas batalhas sem antes consultá-Lo (1Sm 5:19; 23:4; 1Cr 14:10,14; 2Cr 18:7). Foi o único rei a tomar Jerusalém (Jebus), a grande fortaleza dos jebuseus (1Cr 11:5) e lá se estabeleceu.

 

Sentia-se à-vontade na presença do Senhor: dançava com toda sua força (2Sm 6:14), mesmo debaixo da reprovação da sua esposa Mical (1Cr 15:29). Louvava e era construtor dos próprios instrumentos que utilizava para louvar ao Senhor. Conseguiu construir 4.000 (quatro mil) instrumentos para os levitas louvarem ao Senhor segundo seu próprio relato (1Cr 23:5). Apesar do conhecimento que detinha acerca do Senhor, pecava como qualquer outra pessoa. Certa feita, num momento de ociosidade, armou cilada contra a vida de um subordinado seu (Urias – o heteu), pois se apaixonou por sua mulher (Bete-Seba) e cometeu adultério (2Sm 11:3-6).

 

A nota mais triste sobre este adultério com Bete-Seba é que Urias, quem foi traído, está na lista dos 37 (trinta e sete) valentes de Davi (1Cr 11:41). Este defendeu Davi juntamente com os demais valentes, contra tudo e contra todos, enquanto esteve na Caverna de Adulão e lutou pelo seu futuro rei arriscando, inclusive, a própria vida. Davi mandou chamá-lo da batalha para descansar junto a sua mulher, pois assim todos pensariam que a criança que nasceria seria, de fato, de Urias. Mas Urias rejeitou o “conforto” oferecido pelo rei Davi e dormiu na porta do palácio, fato que foi relatado ao rei pelas pessoas que ali passavam (2Sm 11:8-11). Davi, não satisfeito com a lealdade de Urias, o embebedou (2Sm 11:13), ainda assim Urias não foi para casa. Não restou ao rei armar uma cilada para Urias para que este morresse. Davi escreveu uma carta para o capitão do seu exército, Joabe, e nesta carta estava a trama para a morte de Urias. E o próprio Urias levou para Joabe a carta onde estava programada a sua morte (2Sm 11:14-15).

 

Alheio ao perigo e ao fato, Deus enviou o profeta Natã até a sua presença para “acordá-lo” e conscientizá-lo sobre a sua transgressão (2Sm 12:1-7). A criança nasceu e morreu (2Sm 12:22-23). Davi e Bete-Seba foram punidos, pois ambos erraram. Ele porque desejou e consumou o ato pecaminoso contra a mulher de Urias e ela porque não teve compostura ao tomar banho fora de seus aposentos. Aqui estava a virtude de Davi. Quebrantava-se e se humilhava diante do Senhor. Por isso tinha Davi um coração segundo o coração do Senhor (1Sm 13:14; At 13:22). Davi arrependia-se dos seus pecados. Era essa a grande diferença entre Davi e Saul. Foi perdoado, porém, levou consigo as conseqüências dos seus atos (2Sm 12:11-13). A espada nunca se apartou da sua casa e o que se viu ao longo da vida de Davi foi uma seqüência de tragédias no âmbito familiar por ter destruído a família dos outros. A mesma combinação de erros que Davi utilizou contra Urias, o heteu, foi utilizada contra sua família como forma de juízo: Sexo e espada.

 

Quando fugia do seu filho Absalão, na verdade, Davi se conformava com o juízo de Deus. Ele nunca teve medo de seu filho, nunca. Um homem que matou leões, ursos, gigante e abateu exércitos poderosos não tem medo de filhos. Apesar de amar seu filho, não foi por amor a Absalão, mas se omitiu contra seu filho por amor a Deus. Se Davi tomasse qualquer atitude contra seu filho, estaria resistindo a Deus Quem derramou o juízo sobre a sua casa. Joabe, capitão do exército de Israel e sobrinho de Davi, pois era filho de Zeruía; irmã de Davi (1Cr 2:16), não entendia porque o rei era tão complacente e se precipitou ao matar Absalão, seu primo. A ordem era deter Absalão e deixá-lo vivo, mas Joabe o matou (2Sm 18:12,14). Sendo assim, antes da sua morte Davi pediu que Salomão matasse a Joabe por não ter obedecido a ordem de deter Absalão apenas (1Rs 2:6).

 

Joabe conquistou o posto de capitão do exército por méritos de bravura (1Cr 11:6), não porque era o sobrinho do rei Davi. Tinha que ter bravura para ocupar cargos graduados. Ao final do seu reinado, reinou 7 anos em Hebrom e 33 anos sobre todo o Israel totalizando 40 anos de reinado, Deus deu descanso a Israel, pois Davi vencera a todos os seus adversários ao redor (1 Rs 5:3-4).

 

Infelizmente, Satanás alimentou a soberba no coração de Davi (1 Cr 21:1) e este fez um censo. Ou seja, numerou o povo. A ira de Deus se acendeu contra Davi e contra todo o Israel. Davi foi avisado pelo comandante geral do seu exército, Joabe, de que o seu gesto era um erro (1 Cr 21:2). Deus executou um juízo sobre Israel por causa do erro de Davi. Davi, conhecedor das misericórdias do Senhor, intercedeu em favor do povo alegando que somente ele errara, mas o povo não era culpado. Deus ouviu a Davi, mesmo debaixo do juízo e deu-lhe o direito de escolher entre 3(três) sentenças (1 Cr 21:11-12). Veja que Davi intercedeu pelo povo, pois sabia que o Senhor é rico em misericórdias (1 Sm 21:13). As lições mais dramáticas que um homem pode receber vem de Deus; entretanto, o Senhor é misericordioso. Assim o Anjo do Senhor ordenou que Davi levantasse um Altar. Ele recusou o material do sacrifício doado por Ornão, o jebuseu (1 Cr 21:23-24). Entendia que somente ele errou, somente ele deveria pagar por isso.

 

 

A EXPLICAÇÃO PARA O JUÍZO SOBRE DAVI:

Davi era pastor de ovelhas e não há nada de errado em um pastor contar o seu rebanho. Contudo, após Davi vencer todos os seus adversários Satanás sugeriu que ele olhasse para si mesmo (1 Cr 21:1), para sua grandeza e não para Deus.

 

 

Os filhos de Davi: (1 Cr 3:1-9)Que nasceram em Hebrom, onde reinou sete anos e seis meses:

1. - Amnom (primogênito), de Ainoã a jizreelita;

2. – Daniel, de Abigail a carmelita;

3. – Absalão, de Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur;

4. – Adonias, filho de Hagite;

5. – Sefatias, de Abital;

6. – Itreão, de Eglá, sua mulher;

 

Que nasceram em Jerusalém, onde reinou trinta e três anos (V4):

7. – Siméia, Sobabe, Natã e Salomão; estes quatro nasceram de Bate-Sua, filha de Amiel.

8. – Nasceram mais 9(nove): Ibar, Elisama, Elifelete, Nogá, Nefegue, Jafia, Elisama, Eliada e Elifelete. 

 

Totalizaram 19 (dezenove) filhos afora os filhos das concubinas e Tamar, irmã deles.